A Sociedade da Neve tem sido um dos filmes mais populares da Netflix, depois da sua estreia em 2024. O longa é uma história real do avião uruguaio que caiu na Cordilheira dos Andes em 1972. A tragédia matou 29 pessoas, entre elas o time de rugby Old Christians, familiares e tripulação. E 16 pessoas sobreviveram após mais de dois meses na neve.
O filme também aborda um detalhe importante da história, a de que os sobreviventes recorreram a medidas extremas para não morrer de fome, que foi consurmir os corpos das vítimas da tragédia.
Mas existem fatos do acontecido que o filme não retrata. Então, trouxemos mais detalhes da história real, veja:
10 – Pouso na Argentina
Um detalhe importante que não é dito no filme é que antes do acidente, o avião fez um pouso em Mendoza, na Argentina, devido às péssimas condições climáticas.
9 – Co-piloto
No longa, vimos a morte do piloto. Mas, na história real, o piloto morreu na queda, e o co-piloto foi quem ainda estava vivo e estava preso às ferragens. Ele foi quem pediu para ser executado. Os sobreviventes não atenderam seu pedido e ele faleceu horas depois.
8 – Um caminho mais rápido
Na história, Nando Parrado e Roberto Canessa saiem em busca de ajuda após mais de 70 dias na neve. Mas, um detalhe é ocultado do filme, é de que Roberto viu uma estrada no caminho, mas preferiram seguir pela Cordilheira. Eles acreditavam estar mais perto do Chile, porém, estavam mais longe do que imaginavam. E, se tivessem pegado a estrada, seria mais rápido.
7 – O tropeiro que os encontrou
Após viajar 10 dias, Parrado e Canessa encontram um tropeiro, Sergio Catalán. Ele pegou o bilhete dos jovens e viajou por mais de 10 horas a cavalo para contar às autoridades.
No início, não acreditaram nele, mas quando viram o que Nando tinha escrito viram que era verdade.
O bilhete:
“Venho de um avião que caiu nas montanhas, sou uruguaio, estamos caminhando há 10 dias, tenho um amigo ferido lá em cima [Canessa, que não desceu para a margem do riacho por um ferimento e por estar muito fraco”
6 – Vínculo
Canessa contou que mantiveram um ótimo relacionamento com Sérgio Catalán, o homem que os tinha encontrado.
5 – Sobreviventes evitaram falar o que comiam
Os sobreviviventes demoraram a contar o que comeram nos Andes. Inicialmente, disseram ter sobrevidido com comida enlatada e queijo. Mas, dias depois, resolveram contar sobre o canibalismo em uma conferência de imprensa no hospital.
4 – Medo de serem castigados e apoio da igreja
Os sobreviventes, que eram na sua maioria católicos, tinham muito medo de se alimentarem dos mortos e serem “punidos” por Deus. Mas, segundo Fernando Parrado, em seu livro, a Igreja deu grande apoio depois do resgate: “Logo após o resgate, membros da Igreja Católica anunciaram que, de acordo com a doutrina da Igreja, não havíamos cometido pecado ao comer a carne dos mortos. Conforme Roberto argumentara na montanha, eles disseram ao mundo que o pecado seria termos nos permitido morrer. Porém, fiquei mais contente com o fato de que muitos dos pais dos rapazes que morreram nos apoiaram publicamente, dizendo ao mundo que entendiam e aceitavam o que tínhamos feito para sobreviver”.
3 – Resgate durou dois dias
No filme, vimos alguns helicópteros militares descendo na Cordilheira para resgatar os sobreviventes. E tudo pareceu acontecer em único instante. Mas, na verdade, a operação durou 2 dias devido ao limite de peso permitido nas aeronaves.
Metade deles foram resgatados no primeiro dia e o restante passou a noite com uma equipe médica até serem retirados do local no dia seguinte.
2 – Opinião pública após o resgate
No filme, não mostra muito da vida dos sobreviventes após o resgate. Mas, segundo o jornal O Globo, eles passaram por hostilidades devido ao canibalismo. Algumas pessoas chegaram a especular que eles teriam assassinado seus colegas para se alimentarem.
Mas, também houve o sensacionalismo que os transformou em “heróis”. No livro escrito por Fernando, ele conta sobre isso: “Nossa provação era celebrada como uma gloriosa aventura. As pessoas comparavam nosso feito à conquista heroica do time de futebol uruguaio que ganhara a Copa do Mundo de 1950. Algumas pessoas chegaram a me dizer que invejavam minha experiência nos Andes e queriam ter estado lá comigo. Não sabia como explicar para elas que não havia glória alguma naquelas montanhas. Havia apenas feiura, medo e desespero, além da obscenidade de presenciar tantas pessoas inocentes morrerem. Também fiquei chocado com o sensacionalismo utilizado por muitos dos veículos de imprensa na cobertura sobre o que havíamos comido para sobreviver”
1 – Roberto Canessa
Um dos sobreviventes, Roberto Canessa, tentou se candidatar à presidência do Uruguai em 1994, mas perdeu. A vida dele após o resgate não foi retratada no filme.