Cláudio Taffarel é um dos maiores goleiros de todos os tempos, o Gaúcho foi relevante em um período que a Seleção Brasileira encantava e vencia. Taffarel esteve no elenco de 1994, sendo peça fundamental no, mata da competição e erguendo a taça após 24 anos ao lado de Romário, Bebeto e Dunga.
A lenda contou os bastidores da Copa América de 1997 e a dificuldade de jogar na altitude. Confira os bastidores da conquista continental da Seleção Brasileira em 97 com Taffarel.
Altitude e time de craques
O treinador de goleiros da Seleção Brasileira comentou sobre como é jogar na altitude sendo campeão mundial: ““Acho que quando fomos para a Copa América não tinha aquela bagagem de Campeão Mundial ou time a ser batido por ter passado três anos. Era uma competição diferente e uma competição que o Brasil só tinha vencido quatro vezes. Sabíamos da dificuldade de jogar na Bolívia, principalmente na altitude. Disse Taffarel antes de citar a qualidade dos jogadores do Brasil em 1997
“Tínhamos um elenco muito qualificado, jogadores no melhor momento, a equipe deu liga. Além de jogadores com muita personalidade, tinha: Ronaldo, Romário, Djalminha, Leonardo, Dunga gente de personalidade forte e somente um grande treinador como Zagallo para administrar aquilo dali tendo seu momento e seu espaço. Então realmente foi uma grande vitória para o futebol brasileiro, mas uma conquista que **mostrou que o Brasil estava em um grande momento tanto que um ano depois quase conquistamos nosso pentacampeonato, perdemos a final mais a base foi dessa seleção da Copa América” Lembrou
Na sequência, Cláudio relembrou a dificuldade de jogar acima do nível do mar e como são os primeiros momentos:”A Altitude sempre foi muito difícil, principalmente quando você desconhece porque tem mais o pavor do que realmente ela é. Porque retornando como treinador de goleiros não sinto mais nada e vejo que os jogadores que voltaram se adaptaram a altitude. É como jogar no sintético e no normal se tu joga seguido acaba acostumando.”
“Como disse antes dava medo, o pessoal se assusta, nós ficamos na altura do mar em Santa Cruz de la Sierra e subimos só na hora do jogo, eu lembro que alguns passavam mal quando desciam do ônibus já passando mal e recolhiam para não assustar o grupo. Altitude não é mais aquele terror, mas consegue administrar bem. Principalmente quando tem um time muito técnico, toca bem a bola, faz o adversário correr ajuda bastante.
Os jogos contra o México e a Bolívia foram os mais marcantes para Taffarel na competição, segundo o goleiro nesses dois jogos foi nítido o efeito da altitude durante a partida:
“Com o tempo foi passando você sabe que a respiração fica mais curta e não pode se apavorar, tem que seguir com a respiração mais lenta. Talvez no gol que sofri contra a Bolívia que fui lento na bola e ela passou debaixo de mim e acabei falhando, para esse lado a altitude te engana muito, mas isso são coisas que a gente enfrenta, todo mundo enfrenta quando sobe lá
O jogo contra o México que estávamos perdendo de 2 x 0 e tivemos que virar para 3 x 2. Então, a altitude se fez presente, mas como eu disse estávamos com um elenco muito bom, tanto que os reservas e os titulares eram de alto nível” recordou o Campeão de 1997
Título da Copa América com a dupla de ataque Romário e Ronaldo
Cláudio seguiu comentando sobre os bastidores da Seleção Brasileira da Copa América de 1997: Segundo o goleiro, o treino com Ronaldo e Romário chamam a atenção: “Primeiro é um privilégio jogar com Romário e Ronaldo juntos. O Romário eu comecei com ele na base da seleção, Ronaldo encontrei mais a frente. Eram dos grandíssimos jogadores, os dois juntos eram uma dupla impressionante que devia dar medo para o adversário.( risos) A convivência entre eles era ótima, o ambiente também mesmo com os treinamentos levados a sério. Mas, ao mesmo tempo, descontraído, mas sempre se apostando alguma coisa, porque eles gostavam de apostar um com outro. Recordou o campeão antes de lembrar a importância da descontração para alcançar o título
“Quando se ganha um título como a Copa América você tem que ir com espírito de união, cooperação aceitar o seu companheiro da maneira como ele é e esse foi um dos triunfos para ganhar essa Copa América.”
Importância da competição para Seleção Brasileira
Taffarel contou a sensação de vencer a Copa América após 3 anos da conquista do título mundial. Segundo o ídolo da Seleção Brasileira, o momento mais marcante foi ser aplaudido após vencer a Seleção local na final da competição
“Foi um sentimento muito bom e quando nós fomos receber as medalhas e o troféu a torcida aplaudiu a gente. E reconheceram que foi uma Seleção muito forte e superior a todos os adversários. Além de ter feito mais de 20 gols e sofrido 5 a 6 gols, um time muito forte tanto que foi aplaudida.
“Eu lembro que o jogo o Zagallo disse aquela frase: Vocês vão ter que me engolir” saiu dali. Uma Seleção, nunca é fácil, sempre é cercada de críticas e incerteza, se você ganha uma partida que não faz muito gols como contra a Colômbia aí vem comentários como futebol pobre” afirmou o goleiro antes seguir comentando sobre a trajetória do título com o Brasil.
“Infelizmente o Brasil é assim , a gente tem que vencer os adversários e aqueles que nos criticam, mas isso acaba fazendo parte de uma trajetória para se conquistar alguma coisa, foi uma Copa América que deixamos uma impressão de um futebol que o Brasil vinha apresentando.”