Empate e paz selada na Barra Funda
O São Paulo recebeu o Palmeiras no Morumbis para a quarta rodada do Brasileirão e ficou apenas no empate de 0 a 0 no Choque-Rei que marcou o primeiro Clássico sob o comando de Luis Zubeldía, que também fez sua estreia no Brasileirão Série A.
A recepção ainda contou com o diretor de futebol do Soberano, Carlos Belmonte, acolhendo o técnico Abel Ferreira assim que a delegação do rival chegou na casa Tricolor, para um pedido de desculpas sobre as declarações ácidas disparadas contra o profissional, no polêmico duelo do Campeonato Paulista.
Abel gostou muito do ato de Belmonte e não se calou ao comentar o encontro: “Eu perdoo e não esqueço. Um homem quando é homem e assume sua responsabilidade, pede desculpa quando errou, e aconteceu comigo várias vezes. Quando fiz publicamente, pedi desculpas publicamente, mas primeiro fiz olhos nos olhos”, iniciou o treinador Alviverde.
Na sequência, ele destacou que a atitude é um exemplo que deve transcender o mundo da bola: “Há muita gente perfeita aqui no futebol porque pela forma que criticam os treinadores, dirigentes aqui no Brasil parece que só o futebol precisa dessa exigência, mas acho que isso é bom, nos ajuda a melhorar. Gostaria que essa exigência fosse alargada aos setores da sociedade brasileira, mas acho que estamos todos para valorizar”.
“Apenas um muro” entre os arquirrivais
Para o treinador português, tudo está ‘zerado’: “Foi uma atitude bonita por parte do Belmonte por um erro que teve em um momento quente. Acontece, e ninguém tem que ficar chateado quando as desculpas são sinceras, honestas, a frente dos olhos. Quem sou eu para julgar quem quer que seja. Disse a ele que da minha parte não tem absolutamente nada, está mais que perdoado. E espero continuar tendo grandes disputas com o São Paulo, onde for, é bom para todos e isso é o mais importante”.
O treinador finalizou abordando conceitos que vão além de seu trabalho no Palmeiras: “Quando fiz a entrevista com Galiotte, quando me contratou, falei qual era minha filosofia, que é exatamente essa: valorizar nossos jogadores, o clube, o futebol, não só pela forma de jogar, mas também pelas atitudes. Hoje foi uma atitude bonita”.
Para finalizar, o treinador fez questão de comentar sobre a rivalidade e a importância de um pensamento coletivo pelo esporte: “Somos rivais dentro de campo, se puder vou ganhar todas. Respeito muito nossos vizinhos, só há um muro nos separa. O futebol brasileiro é de todos, não só meu, do São Paulo ou do Flamengo. Quando todos os presidentes pensarem primeiro no futebol como um todo e depois cada um lutar por seus interesses, vamos sair valorizados”.