Na última semana, as redes sociais e os noticiários esportivos foram tomados por um caso que chocou os torcedores do Flamengo e o público em geral: a divulgação de imagens de uma câmera de segurança mostrando uma agressão física cometida por Marcos Braz, vice-presidente do clube, contra o torcedor Leandro Campos. O incidente, ocorrido em um shopping na Zona Oeste do Rio de Janeiro em 19 de setembro de 2023, ganhou novos contornos com a revelação das gravações.
As imagens contradizem as alegações iniciais de Braz, que se apresentava como vítima de uma suposta ameaça de morte na frente de sua filha. No entanto, o vídeo mostrou uma realidade diferente: Braz e um amigo correndo em direção a Leandro, que havia apontado seu celular na direção da loja onde o dirigente estava. Após derrubar Leandro com um soco pelas costas, Braz, auxiliado pelo amigo, continuou agredindo o torcedor com chutes e socos, até a intervenção dos seguranças.
A defesa de Marcos Braz solicitou à Justiça que o vídeo fosse exibido juntamente com os áudios, alegando que isso poderia esclarecer o contexto das agressões: “Meu advogado pediu que o vídeo seja mostrado junto com os áudios. Pediu isso na justiça. Vamos ver se é concedido”, afirmou o dirigente. A equipe legal de Braz argumenta que, na época do incidente, uma torcida organizada havia incitado ataques contra a direção do Flamengo. Eles sustentam que Leandro fazia parte de um grupo da torcida no WhatsApp e se dirigiu ao local após a divulgação de imagens do dirigente no shopping.
EXCLUSIVO! SE PRONUNCIOU!
Em resposta ao repórter @GabrielOrphao , dos canais #PaparazzoRubroNegro, Marcos Braz, vice-presidente de futebol do clube, se pronunciou sobre o vídeo divulgado de sua briga com um torcedor em um shopping no Rio de Janeiro.
O dirigente alega que seu… pic.twitter.com/P61wZG65GL
— Paparazzo Rubro-Negro (@PaparazzoRN) February 1, 2024
O Ministério Público do Rio, por outro lado, viu a tentativa de incriminar o torcedor como uma estratégia para justificar a conduta de Braz. Os promotores destacaram a improbabilidade de alguém preocupado com perseguições escolher um dos shoppings mais movimentados para uma visita casual, sem registros anteriores de ocorrências relacionadas a ameaças.
A justiça marcou uma audiência de conciliação para o dia 27 de fevereiro, enquanto o Flamengo se manteve em silêncio sobre o caso. A defesa de Leandro Campos entrou com um processo por danos morais, reiterando que as imagens comprovam a agressão sofrida e refutam as acusações de ameaça feitas contra Leandro.
Leandro Campos, por sua vez, relatou ter sido mordido na virilha por Braz durante a agressão, negando qualquer ameaça ao dirigente ou sua família. “As palavras exatas que falei foi ‘Marcos Braz, sai do Flamengo’. Falei exatamente isso, virei as costas e andei. Em nenhum momento fiz ameaças a ele ou à filha dele. Em nenhum momento. Sobre a mordida, eu sei que foi ele porque ele estava com a cabeça sobre a minha perna. Eu o vi mordendo. O amigo dele me chutou ainda. Se não fossem os seguranças, talvez fosse pior“.
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